11 de janeiro de 2015

Mulheres ainda estão Longe da Igualdade

Sucesso
São Paulo - Apesar de muitos avanços, as mulheres ainda estão longe de estar em pé de igualdade com os homens no trabalho.
Apenas 8 em cada 100 profissionais de alto escalão nas empresas do Brasil são do sexo feminino, segundo uma pesquisa da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Outro número, do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) confirma o contraste: as executivas não passam de 7,2% nos conselhos administrativos brasileiros.
Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, acredita que o preconceito histórico contra as mulheres demorará muito tempo para ser superado. A única solução viável, portanto, seria a implementação de cotas para elas nos conselhos das empresas - uma medida já tomada por outros países, como Noruega, Espanha e Holanda.
“Sou uma defensora de cotas de forma geral, porque elas são um procedimento transitório para reparar uma desigualdade”, disse a empresária, que participou de um debate sobre inclusão feminina no 4º Fórum Mulheres em Destaque.
Ela cita o exemplo da lei que obriga a contratação de deficientes físicos nas empresas como um indício de que a política funciona. “Antes existia muito preconceito contra eles, as pessoas diziam que eles não seriam capazes de executar bem as tarefas, mas as cotas funcionam e eles trabalham muito bem”, afirmou Luiza.


"Não dá para esperar"


Na visão de Adriana Carvalho, assessora da ONU Mulheres, entidade dedicada ao empoderamento feminino, as mulheres não têm chance de ocupar cargos nas empresas porque suas competências enquanto líderes não são reconhecidas.
“Nossa cultura patriarcal sempre viu o chefe na figura do homem, e esse é um viés muito difícil de superar em pouco tempo", disse Adriana no evento.
É com isso que Raquel Preto, presidente da Preto Advogados, justifica sua defesa das cotas. Segundo ela, essa é a única solução imediata para um problema que “levaria 300 anos” para ser resolvido espontaneamente.
“Não dá para esperar, precisamos exigir isso para hoje”, disse a advogada no debate. “Ninguém diz para você ter paciência e ver que as coisas estão melhorando aos poucos quando falamos de um outro assunto grave, como a violência urbana por exemplo”
Ela chama a atenção para o fato de que as mulheres são minoria em cargos de decisão não apenas nas empresas, mas também na esfera governamental. 
“É um vexame institucional que 51% da população brasileira seja tão pouco representada no legislativo, no executivo e no judiciário”, afirmou Raquel. “Se não agirmos agora, as meninas de hoje não terão oportunidades iguais em nenhuma carreira que escolherem, seja ela pública ou privada”.


Alternativas


Para Luciana Batista, sócia da Bain & Company, é unânime a ideia de que a inclusão feminina nas empresas não é “apenas uma questão de tempo”.
Ainda assim, ela pondera que a iniciativa talvez não precise partir do governo. “Na Noruega, por exemplo, um efeito colateral das cotas femininas foi que muitas empresas fecharam o capital e se tornaram menos transparentes”, explicou ela.
Uma solução alternativa seria a adoção de metas voluntárias pelas empresas, ou seja, ações para promover e valorizar mulheres que fossem tomadas espontaneamente pela iniciativa privada. “Vale pensar se isso não pode ser mais eficaz, por ser uma medida de dentro para fora, e não o contrário”, explica Luciana.
Raquel, da Preto Advogados, acredita que nada substitui a necessidade de implementar políticas públicas de inclusão. Ela cita o exemplo da Noruega, que aprovou uma lei que tornava a licença-paternidade obrigatória e teve como resultado a redução das desigualdades de salários entre homens e mulheres. “Políticas governamentais afirmativas funcionam sim”, afirmou a advogada.
Apesar disso, ela não acredita que a força da lei seja o único remédio necessário. “Também temos que mudar a cultura na sua base, lutando para que as nossas escolas, por exemplo, sejam menos sexistas”, diz Raquel.

Luciana, da Bain & Company, acredita que a mudança a longo prazo depende, sobretudo, da formação das novas gerações. “É importante reconhecer os nossos preconceitos e tentar desconstruí-los na hora de criar filhas e filhos”, conclui ela.

                                                            Por: Claudia Gasparini, de EXAME.com


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